quinta-feira, 17 de abril de 2008




LENDA DO LOBISOMEM





Em tempos que já lá vão
Havia um bicho feroz
Que era o terror de então
Em noites de lua cheia
No meio de uma encruzilhada.
Esse bicho era um homem
Que ali se rebolava
E por arte diabólica
Em bicho se transformava.
Meio bicho, meio homem
Nas noites de certos dias
Ao bater da meia noite
Tinha de ir dar a volta,


Correr sete freguesias.
Quando exausto, já cansado
Vinha pela madrugada
Ia para a sua cova
Era aí que descansava.
Lá ficava escondido
À espera do sol nascer
Até que passasse o fado
E homem voltasse a ser.

Lenda contada por D. Lurdes Castelo


Em noites de lua cheia, correndo pelos montes e vales de sete freguesias, o Lobisomem espalhava o terror com o seu tropel apressado e os seus pavorosos rugidos de besta amaldiçoada.
Era o Lobisomem correndo o seu fado!
Era o sétimo filho de um casal que, distraído ou descrente, não lhe dera o nome de Custódio ou Bento.
No final da sua viagem, recolhia-se cansado, na sua Cova, junto ao rio, à espera da transformação que lhe daria, de novo, o aspecto e a vida normal de um ser humano.
Quando o sétimo filho nascia do sexo feminino o nome de baptismo teria de ser Custódia ou Benta, caso contrário, transformar-se-ia em feiticeira.