quinta-feira, 8 de maio de 2008


Este blog foi criado com o objectivo de dar a conhecer alguns dos trabalhos realizados pelos alunos do 6ºB, da Escola Eb2,3/S de Oliveira de Frades.


SABES O QUE É UMA LENDA?


Lendas são narrativas que foram sendo transmitidas oralmente de geração em geração.Apresentam explicações para factos históricos, ou para fenómenos naturais ou geográficos, com o recurso ao maravilhoso e à imaginação popular.
A compilação das lendas da Região de Lafões que aqui se apresenta, é obviamente, um levantamento incompleto: (não só porque o nível etário dos alunos (10-12 anos) dificulta a pesquisa, mas também porque o imaginário popular é ilimitado e conseguir-se-ão sempre descobrir outras histórias da tradição oral popular).A região de Lafões é por natureza um espaço aberto ao lendário.As lendas são histórias contadas de geração em geração. Como diz o provérbio: “quem conta um conto, acrescenta um ponto” e, por isso, é natural que já tenha ouvido alguma lenda com uma versão diferente da que aqui deixamos.

Pretende também mostrar uma breve descrição do que a Região de Lafões tem para oferecer. Como dizia alguém:” Uma descrição incompleta, pois não reproduz os sons agitados dos nossos rios, o timbre amável das palavras das nossas gentes, os suaves aromas das flores dos campos e os intensos odores de uma gastronomia riquíssima que se renova em cada iguaria.” Por isso, o blog é apenas um convite ao prazer.E o prazer também é nosso! Entre no nosso mundo…

quarta-feira, 7 de maio de 2008


Lenda de S. Pedro do Sul


Diz o povo que na povoação de Sul, uma das mais antigas de Lafões e que já foi vila, houve em tempos uma capelinha nas margens do rio Sul onde se venerava a imagem de S. Pedro. Num dia de grande tempestade o rio encheu, as águas revoltas investiram contra os muros da velha capelinha assolando e arrastando tudo na sua passagem.
A imagem de S. Pedro foi levada. Na confluência do Sul com o Vouga conseguiram apanhá-la e logo a reconheceram. Sem qualquer dano, tão perfeita, foi para eles um milagre e logo a ideia de que o santo desejava ficar naquele tão lindo recanto.
Mandaram-lhe fazer uma capela ali próximo, passando a chamar-se capela do S. Pedro do Sul, e à povoação que ali se veio a formar chamou-se S. Pedro do Sul.









A cabra e o lobo. O morto e o vivo

Na Primavera, quando o gado andava no monte, apareceu um lobo. Todas as cabras e ovelhas fugiram e esconderam – se num rochedo.
O lobo ficou tão atrapalhado que veio uma cabra, deu – lhe uma valente marrada e ele morreu.
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Todas as pessoas que morressem na aldeia da Pena, eram transportadas para Covas do Rio.
Um dia, num funeral, um dos homens que transportava o morto caiu e este acabou por matá-lo, pois o peso era tanto e o relevo tão acidentado, que não houve salvação possível.
Por causa destas histórias ainda hoje se diz:
Adeus lugar da Pena,
Que eu de ti estou esquecido,
Onde a cabra matou o lobo
E o morto matou o vivo.








São Macário

Num dia muito frio e com neve, os pais de S. Macário foram a casa do filho.
Ele não estava em casa e a esposa dele deu uma sopa quente aos sogros e pô-los na cama para aquecerem, pois tinham muito frio. Quando o S. Macário regressou a casa, a sua esposa tinha saído. Ele encontrou na cama um casal e julgou que fosse a sua esposa que estivesse na cama com outro homem. Ao sentir-se traído, Macário matou-os. Ao ver que eram os seus pais que estavam na cama, saiu de casa e refugiou – se numa gruta que estava situada num local que agora se chama alto do S. Macário. Nos dias de Inverno, para se aquecer, S. Macário ia à aldeia onde antes morava, Macieira, para ir buscar brasas acesas, e trazia as brasas nas mãos sem se queimar.
Ainda hoje, na gruta onde S. Macário se refugiou, há uma passagem estreita. Em dia de festa, muitas pessoas lá passam, mas segundo a lenda, quem bateu nos pais não consegue lá passar, pois as paredes da gruta encolhem.

A lenda de Nossa Senhora das Colmeias

Existe perto do lugar de Sendas, freguesia de Vila Maior, concelho de S. Pedro do Sul, uma rocha monstruosa, em forma oval e que está suspensa, numa extremidade, por um pequeno filamento também de granito. Parece desafiar as leis da física, nomeadamente a da gravidade.
Tem um grande nicho escavado na lombada nascente.
Ora, conta – se que duas crianças pastoreavam o seu rebanho quando surgiu uma imprevista e forte trovoada, num dia quente de Maio.
As ovelhas e as cabras berravam. As crianças tremiam, mais de medo do que de frio, e começaram a rezar. Fugiram para debaixo do calhau. Veio um forte relâmpago com um grande trovão e rachou a pedra ao meio, efeito que ainda hoje se pode observar. Os pequenitos, desesperados, gritaram por Nossa Senhora das Colmeias.
Passada a tempestade, as crianças saíram do abrigo e ao examinarem o estranho calhau, deparou-se-lhes no já referido nicho uma imagem brilhante e resplandecente de Nossa Senhora das Colmeias.
Mais tarde, muito perto daquele local, foi construída uma capela em honra daquela Senhora.
Diz – se que essa imagem é a que ocupa o lugar central do altar da capela de Santo Antão, que fica entre as povoações de Goja e Sendas, na freguesia de Vila Maior.