terça-feira, 29 de abril de 2008


Lenda da Anta de Paranho de Arca


A Anta de Paranho de Arca foi erigida por uma moura e a laje que se encontra, horizontalmente, em cima das que servem de pilares foi lá colocada pela dita moura, trazendo-a à cabeça, a fiar numa roca e com um filho ao colo. A dita moura aparece todos os anos na madrugada de S. João a fiar uma rocada em cima da Anta e rodeada por objectos de ouro. Ao feliz mortal que lá passar, em primeiro lugar, será perguntado de qual gostará mais: se dos olhos da moura ou dos objectos de ouro que ela lá tem. Como todos têm dito que gostam mais dos objectos de ouro, eles têm- se transformado sempre em cinzas devido aos poderes mágicos da moura.Só conseguirão os objectos de ouro quando se agradarem mais dos olhos da moura e não do ouro. Consta ainda que debaixo da referida Anta existem objectos em ouro e que tal ouro se conseguirá com a reza do livro de S. Cipriano. Algumas dezenas de anos passaram, desde que três ou quatro sujeitos lá foram à meia-noite com umas luzes rudimentares, para efectuarem no local a devida reza do livro de S. Cipriano, a fim de sacar o ouro. Conta-se que, logo às primeiras leituras, se levantara tal ventania que todos eles fugiram atemorizados, cada um para seu lado, em direcção a suas casas.

quarta-feira, 23 de abril de 2008

Lenda da Pia Baptismal

Na capela da Senhora Dolorosa, em Ribeiradio, existe uma pia de baptismo, de que reza a seguinte lenda:
“Como a pia se encontrava na capela, queriam – na mudar para a igreja, para serem feitos aí os baptizados.
A pia era muito pesada e dois rapazes, chamados Pedro e André, trouxeram um carro de bois para a levar. Carregaram – na e já tinham andado uns metros quando ouviram uma voz a dizer:
_ Puxa Pedro e anda André, que esta pia nossa é.
E o carro de bois partiu-se.
Consertaram o carro e iam para levar a pia, quando se ouviu a mesma voz a dizer o mesmo, e o carro partiu novamente. Eles, como não sabiam o que estava a acontecer, foram embora assustados.
No dia seguinte foram buscar o carro, mas a pia tinha desaparecido; trouxeram o carro para o lado da capela, e qual não foi o seu espanto ao verem a pia à entrada daquele templo. Tentaram levá-la para a igreja mas acontecia sempre a mesma coisa, pelo que acabaram por deixar que tudo ficasse como dantes.

quinta-feira, 17 de abril de 2008






Lenda de Cid Alafum

Conta a lenda que, quando os árabes dominavam esta região, a principal defesa se localizava no Monte do Castelo. Como o movimento da Reconquista se dirigia para sul, o castelo viu-se ameaçado pelos cristãos e o Alcaide, Cid Alafum estava em alerta constante.
Numa dada noite, muito escura, subiram pelas encostas do monte centenas de luzes, em silêncio. Cid Alafum, pensando tratar-se de um assalto cristão avançou e concentrou as suas forças na zona pela qual subiam as luzes. Foi um erro fatal! Os cristãos atacaram pelo lado contrário, atacando o castelo que se encontrava desguarnecido.
As luzes tinham sido um ardil, dado que não passavam de tochas presas aos chifres de ovelhas, com a finalidade de iludir o inimigo. O Alcaide terá, então, gritado:
_”Asneira! Asneira!”
Esta lenda terá dado o nome ao lugar de Asneiros, na Freguesia de Fataunços.



LENDA DO LOBISOMEM





Em tempos que já lá vão
Havia um bicho feroz
Que era o terror de então
Em noites de lua cheia
No meio de uma encruzilhada.
Esse bicho era um homem
Que ali se rebolava
E por arte diabólica
Em bicho se transformava.
Meio bicho, meio homem
Nas noites de certos dias
Ao bater da meia noite
Tinha de ir dar a volta,


Correr sete freguesias.
Quando exausto, já cansado
Vinha pela madrugada
Ia para a sua cova
Era aí que descansava.
Lá ficava escondido
À espera do sol nascer
Até que passasse o fado
E homem voltasse a ser.

Lenda contada por D. Lurdes Castelo


Em noites de lua cheia, correndo pelos montes e vales de sete freguesias, o Lobisomem espalhava o terror com o seu tropel apressado e os seus pavorosos rugidos de besta amaldiçoada.
Era o Lobisomem correndo o seu fado!
Era o sétimo filho de um casal que, distraído ou descrente, não lhe dera o nome de Custódio ou Bento.
No final da sua viagem, recolhia-se cansado, na sua Cova, junto ao rio, à espera da transformação que lhe daria, de novo, o aspecto e a vida normal de um ser humano.
Quando o sétimo filho nascia do sexo feminino o nome de baptismo teria de ser Custódia ou Benta, caso contrário, transformar-se-ia em feiticeira.